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Bom dia Camaradas

Ondjaki
 

Ondjaki nos traz um convincente relato desses fundamentais anos de mudanças e esperanças. Não mais a visão desamparada e repleta de culpas de alguns escritores portugueses- os "tugas" -que participaram da guerra colonial, nem também a visão militante dos escritores angolanos dos tempos heróicos de Agostinho Neto, mas a visão realista e pragmática de uma classe média que tenta se erguer em meio ao caos. O menino, filho de um alto funcionário do governo, tem um pajem -o "camarada Antônio", cozinheiro e voz de uma certa camada popular -, estuda numa boa escola, que tem professores cubanos, e desfruta de algumas benesses, como pegar "boleia" (carona) no carro do Ministério e contar com telefone e "geleira" (geladeira) em casa. Bom Dia Camaradas é um desses livros não tendo sido escrito para um público específico, acabará, com toda certeza, ampliando o leque, interessando também a esta vasta massa de leitores que o mercado hoje nomeia como "jovens adultos".

Olá Pessoal, tudo bem?

Ondjaki é um autor angolano contemporâneo que teve uma formação no exterior e que se envolve em diferentes formas de arte como: artes plásticas, artes cênicas e até a direção de um documentário. Na literatura vem se destacando, inclusive ganhando prêmios importante como:Camilo Castelo Branco e o brasileiro Jabuti. Atualmente, vive no Brasil, mas segue escrevendo prioritariamente sobre sua Terra Natal.

Em Bom dia Camaradas acompanhamos um recorte na história da Angola nos anos 80, enquanto vivia uma guerra civil, que durou anos naquela disputa que dividia o mundo entre comunismo e capitalismo, a influencia dos colonizadores também ainda era muito vivida, uma vez que, a sua independência ainda era muito recente (1975). Nesse ambiente social e politico turbulento, acompanhamos a vida de um garoto do qual não sabemos o nome, mas que faz parte da elite, uma vez que, seu pai trabalha para o partido, estuda em uma boa escola com professores cubanos e tem empregado em casa o camarada Antônio, que representa o povo mais simples nessa história.

O interessante de acompanhar tudo pelo olhar da criança é que não há uma critica escancarada, mas por outro lado, fica claro o que o autor quis contar através de uma atmosfera de certa forma até cheia de lirismo.

Acompanhamos a surpresa do garoto ao ver a situação que os seus professores cubanos vivem, praticamente na privação, apesar de eles virem de um país que seria o exemplo da igualdade para todos. Outra parte interessante é quando eles recebem a visita de uma tia que vive no Portugal e vemos a surpresa deles nas pequenas coisas do dia-a-dia como o fato da tia não ter um cartão de alimentação e poder comprar o que quiser, desde que, tenha condições da pagar e claro, a cena super tensão quando eles se encontram com presidente da republica.

Com relação a linguagem temos muitos diálogos, inclusive, com muitas palavras típicas da Angola e glossário no final do livro ajuda muito a entender como um todo.

Achei um livro interessante, apesar de não ter me sentido tão tocada ou envolvida pelo mesmo, mas é uma leitura rápida e acho importante para conhecer um pouco mais sobre a Angola. Foi minha primeira incursão com o autor e faz parte do meu projeto que anda devagar, mas vai indo Lendo o Mundo.

Título: Bom dia Camarada
Autor: Ondjaki
Editora: Agir
141 páginas

Até a próxima,

Dani Moraes

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