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O apanhador no campo de centeio (The catcher in the rye)


J. D. Salinger
 

Olá pessoal, tudo bem?

Esse foi o meu livro escolhido para o mês no Desafio Diminuindo a Pilha, um livro citado em outro livro e esse é citado em muitos só para dar exemplo: A culpa é das estrelas, As vantagens de ser invisível e O lado bom da vida, então ele também entra para aquele desafio bem antigo, das leituras feitas pelo Pat Peoples de O lado bom da vida.

Por mais incrível que pareça eu não sabia nada da história desse livro e eu tenho essa ediçãozinha muito simples em inglês que não tem uma sinopse ou se quer uma citação do livro, então fui totalmente no escuro e o que dizer? Entendo a importância do livro, mas estou longe de amar a história.

O livro conta a história do Holden Caulfield, um adolescente de 16 anos que já foi expulso mais de uma vez das escolas por onde passou e que atualmente estuda em uma escola bastante conceituada Pencey, mas e de 6 matérias reprovou em 5 e foi novamente expulso da escola. Esta próximo ao natal e ele deveria aguardar na escola até quarta feira, mas depois de uma confusão com o colega de quarto ele decide ir embora no sábado a noite, detalhe ele não irá voltar para casa, ele decide passar esses dias sozinho na cidade de Nova Iorque.

O livro é todo narrado em primeira pessoa e estamos o tempo todo nos pensamentos do Holden e ele é um adolescente chato, mesmo você que ama essa personagem, precisa admitir que ele é bem insuportável às vezes e aí começaram meus problemas, eu me enrolei com esse livro o mês inteiro e não porque eu estava lendo outras coisas, na verdade, ele era minha leitura principal e isso em grande parte é culpa do protagonista, já vamos falar um pouco mais dele, mas quero deixar claro que em alguns momentos ele pode te irritar, porque ele aparentemente não gosta de ninguém, todo mundo é "phony"(falso, hipócrita) e outros são "moron" (idiotas), mas ele também não faz nada para se ajudar ou melhorar a sua relação com os outros.

Ele é um menino que apresenta quadros de problemas psicológicos, provavelmente depressão e ao longo do livro são nos dadas algumas informações que vão explicando qual ou quais são as origens desse quadro. Tem um momento bem triste que ele fala que gostaria de se mudar para um lugar em quem ninguém o conhece e fingir que é surdo/mudo e se casar com uma mulher surda/muda, simplesmente, para não ter que conversar com mais ninguém. Isso mostra um isolamento absurdo, ele não tem amigos, ele tem alguns colegas, mas ninguém é realmente próximo a ele, ele não tem namorada, ele sai com uma garota, mas ele a considera fútil e há uma garota que ele realmente gosta, mas ele não tem coragem de ligar ou falar com ela. A conclusão a que cheguei é que ele tem medo de crescer, tanto que, as únicas pessoas que ele realmente gosta são as crianças, em especial a irmãzinha de 10 anos.

O Holden personifica uma critica a sociedade norte-americana vazia e alicerçada nas aparências, toda vez, que ele critica alguém ou alguma atitude o autor pretende expor esse tipo de atitude em toda a sociedade, o que foi revolucionário para época (pós segunda guerra), além disso, ele trata de assuntos tabus como sexo, suicídio e etc.

Tem algumas passagens no livro emocionantes, que você fica até arrependida de ter xingado o menino, como quando ele conversa com a irmã e explica o título do livro, que aliás, apesar da aparente estranheza tem uma explicação totalmente alinhada com o livro, ou quando ele fala sobre o irmão que já faleceu ou ainda quando ele esta no parque com a irmãzinha no carrossel:

"Cheguei a ficar com medo de que ela acabasse caindo da droga do cavalo. Mas não disse e nem fiz nada. O negócio com as crianças é que, se elas querem agarrar a argola dourada,  o melhor é deixar elas fazerem o troço e não disser nada. Se caírem, caíram, mas o errado é disser alguma coisa para elas" (Tradução do livro O lado bom da vida).
 
No meu projeto A lista de Pat Peoples eu me proponho a comparar minha opinião com a do personagem de O lado bom da vida, e ele diz que gostou do Holden, porque ele tenta fazer coisas boas para irmã, mas que acaba falhando e ele diz que a parte acima é a preferida dele. Eu também gosto dessa parte e apesar de não amar o Holden eu tento entende-lo dentro do contexto psicológico pelo qual ele esta passando.
 
Sei que vocês estão curiosos para saber se é complicado a leitura desse livro em inglês e para mim, foi um pouco, não porque a linguagem seja rebuscada, ao contrário, ela é muito coloquial, usa muitas gírias e palavras de baixo escalão e eu tive dificuldade porque precisei recorrer muito ao dicionário nas primeiras páginas, mas depois flui, porque ele acaba usando sempre as mesmas palavras, outro recurso usado é escrever as palavras da forma que palavra é pronunciada, nesses casos, tentem ler em voz alta. Tentem ler no original se puderem, até porque, as criticas a tradução disponível no Brasil são muito grandes, e sem falar que a versão em inglês esta muito mais acessível que a versão em português.

O livro tem muito mais significados do que uma leitura superficial pode sugerir, porém, apesar disso, não foi uma leitura que me encantou ou empolgou, parece que meu problema com os clássicos americanos permanece.

Recomendo para vocês esse vídeo do literatura fundamental com a professora  Maria Elisa Cevasco  que explora os temas do livro de forma mais completa.


Titulo: The catcher in the rye
Autor: J.D. Salinger
Editora: Little, Brown and company
234 páginas

Por hoje é isso,

E vocês já leram o livro? Amam ou odeiam o Holden?

Até a próxima,

Dani Moraes

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