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A menina submersa - Memórias

 
Caitlín R. kiernan

Olá Pessoal, tudo bem?
 
Vamos conversar um pouco hoje sobre o livro do Desafio do Skoob do mês de Outubro - Thriller Psicológico, quando eu estava procurando que livro ler nesse desafio encontrei esse livro classificado como thriller psicológico e fiquei bastante na dúvida se ele realmente se encaixava nessa categoria e ao terminar a leitura acabo por concluir que essa é classificação que mais se aproxima do que é esse livro.
 
Nesse livro conhecemos a história de india Moran Phelps, a imp, que é personagem principal e narradora da história que se autodenomina louca, pois ela sofre de esquizofrenia, a mesma doença que acometeu a mãe e a avó e ela se propõe a nos contar um história de fantasmas, mas não pense em Stephen king ou Edgar Alan Poe,  porque nesse caso "Fantasmas são essas lembranças fortes demais para serem esquecidas, ecoando ao longo de nos e se recusando a serem apagadas pelo tempo."  E é só isso que falarei sobre o enredo, pois acho importante para a experiência de leitura descobrir a história aos poucos.
 
Demorei bastante para ler esse livro que é razoavelmente curto (317 páginas) e levei mais de 20 dias, sendo que, ele era a minha prioridade e muito se deve ao meu momento já que estou trabalhando muito e chegando muito cansada e provavelmente eu deveria ter recorrido a um dos meus reis para sair desse jejum literário (isaac azimov, ray Bradbury ou até mesmo a um romance de época), mas eu estava gostando da história, mesmo com a narrativa que é um tanto trabalhosa, confusa e não linear, mas por outro lado, muito interessante.
 
O livro é todo narrado pela imp, fortemente marcado pelo fluxo de consciência, lembrando que ela sofre de esquizofrenia, dessa forma, em alguns momentos a narrativa torna-se caótica, desfragmentada, não linear e se já é difícil confiar em um narrador em primeira pessoa, imagina a aquele que nem ele próprio consegue definir o que é realidade e o que é delírio.
 
"O que não significa dizer que cada palavra será factual. Apenas que cada palavra será verdadeira. Ou tão verdadeira quanto eu consiga."
 
Lembrando que verdade é muito diferente de fato, o fato é tangível, absoluto e inegável, enquanto a verdade pode ser relativa e dependente de interpretação.
 
O título do livro tanto remete a um quadro que é muito importante para a história, quanto sobre a imersão da personagens nos próprios fantasmas, sereias e delírios e em certa medida na nossa imersão nos pensamentos e sentimentos da imp e em certa medida no quanto,  nos sentimos submersos pela nossa própria vida.

Outro discussão do livro é  a importância que uma obra de arte de qualquer natureza, seja ela uma pintura, música, peça teatral ou um livro pode ter sobre nossas vidas, a arte além de ser uma forma de nos expressarmos (figura do artista) pode ser também um refugio ou até mesmo um estopim que tanto pode fazer com que nossos fantasmas se libertem, como pode nos ajudar a lidar com os mesmos.

 O mais interessante desse livro é nos fazer refletir sobre nossos próprias fantasmas, nossas sereias que com o seu canto nos leva ao afogamento ou a loucura. Eu não sofro de nenhuma condição psiquiátrica especial, porém é inegável que possuímos nossas sereias, podemos chama-las de fraquezas, pecados, tristezas, arrependimentos ou decepções, mas todas são apenas variantes da sereia, esse ser místico que encanta, logra e nos leva para perdição. Nesse mundo que cada vez nos cobra mais perfeição, um corpo incrível e saudável, uma família perfeita e nos moldes do que a sociedade espera, Deus me livre, que assim como eu você já esteja nos 30 e poucos, solteira, sem filhos e sem perspectiva de casamento. E carreira então, ainda não é gerente? Quantos pós-graduações ou MBAs? Conhece quantos países do mundo? Ainda não realizou seus sonhos de infância ? Seu instagram não se parece com o da musa fitness Gabriela Pugliesi, corpo perfeito, namorado lindo e ainda fazendo viagens incríveis? Já viu? Já fez? Já foi? Escuta só o canto da sereia querendo te levar para o fundo do mar...

                             "Tecemos ficções necessárias, e às vezes elas nos tecem."

Talvez, o que tenhamos que fazer é usar estratégias para resistir ao canto da sereia, cera nos ouvidos, ser amarrado ao mastro ou só ignorar o canto:

" - E consegue conviver com isso?
   - Consigo. Consigo conviver com isso."


Esse é um livro que vale bastante a pena, talvez não te pegue logo no começo, porque devido a toda essa desfragmentação ele pode parecer um pouco confuso, mas terão partes que são impossíveis de parar de ler.

E falando um pouco da edição de colecionador, esta lindíssima com capa com relevos , imitando um diário e com ilustrações incríveis, vale o investimento.

Livro: A menina submersa - Memórias
Autor: Caitlín R. kiernan
Editora: Darkside
317 páginas

E você conhece esse livro? E o que achou da história? Vamos conversar ...


Por hoje é isso,

Até a próxima,

Dani Moraes

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2 comentários:

Lígia disse...

Estou com esse livro na estante faz um tempinho e ainda não me anime a ler. Gostei da sua resenha, me deixou bem curiosa em relação ao livro.

Unknown disse...

Lígia,
Esse foi o livro do mês do Leia Mulheres de São Paulo e se não fosse um pouco difícil para mim gostaria de ter ido só para saber o que outras pessoas pensam dele tb..
Se vc ler mesmo vamos conversar p ver se só eu que tive esses pensamentos com o livro.
Abraços,

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