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Cinderela e suas versões



Olá  pessoal, tudo bem ?
Em homenagem ao dia das crianças, hoje vou fazer um post um pouquinho diferente, gosto muito de contos de fadas e suas adaptações e tenho duas coletâneas em casa: Contos de Fadas (Zahar) e Contos maravilhosos infantis e domésticos - Jacob e Wilhelm Grimm (Cosac) e folheando o livro da Zahar li o primeiro conto: Cinderela ou O sapatinho de vidro e resolvi fazer esse post.
O livro da Zahar trata-se de uma coletânea que se propõe a trazer os mais conhecidos contos  de fadas em sua versão original. E então já começa o problema: o que é a versão original de um conto de fadas, uma vez que, a maioria deles são histórias que vieram da tradição oral e por isso fica muito difícil atribuir originalidade, porém nesse livro eles consideram versão original aquela que foi primeiramente publicada, portanto, o livro traz contos de diversos autores. O livro da Cosac é a coletânea de contos que foi publicada pelos irmãos Grimm.
A ideia é fazer uma comparação entre as duas versões: Charles Perrault, foi traduzida a partir da primeira versão de 1697 e dos Irmãos Grimm e também falar um pouco sobre algumas das muitas adaptações desse conto.
A história todos conhecem:  a garota muito boa que tem uma madrasta e duas meia irmãs muito más que abusam dela e fazem dela uma empregada, mas um dia o príncipe dá um baile e Cinderela, como a moça é conhecida, é ajudada por sua fada madrinha e vai para o baile, porém deve voltar antes da meia noite para que o encanto não se quebre.  Cinderela arrasa do baile, ganha o coração do príncipe, perde o sapato, o príncipe fica doido para se casar com a dona do sapatinho e então o príncipe a encontra e eles são felizes para sempre. Tirando o fato que a frase felizes para sempre não aparece no conto original.

Perrault
                O que vi de diferente da história difundida foi só que: 
1 – A madrasta não espera o pai morrer para abusar da moça, aliás, aparentemente a Cinderela não reclama com o pai porque ele não iria gostar.
2 – O baile ocorre em dois dias
3 – A Cinderela no final ainda arranja casamentos para as irmãs más e feias.
4 – No final a moral da história não fica só implícita como esta escrita, lembra do gatinho do He Man que dizia: “Então crianças o que aprendemos hoje ?” é por aí, mas veja como fica bem datada a moral (vou transcrever só o primeiro verso):
“É um tesouro para mulher a formosura,
Que nunca nos fartamos de admirar.
Mas aquele dom que chamamos de doçura
Tem um valor que não se pode estimar”
Grimm
As diferenças básicas com o conto do Perrault versão deles é mais pesada e bizarra, não tem fada madrinha é árvore que a Cinderella plantou no tumulo da mãe que realiza os desejos, as irmãs são muito péssimas e elas cortam os próprios pés para calçar o sapatinho.  E aqui a Cinderella conversa com os pombos que a ajudam bastante. No resto as versões são bem similares.
Para mais discussões sobre o conto vejam o vídeo da Vevs Valadares que esta maravilhoso.
Agora falando nas adaptações...
Em uma rápida busca na Web encontrei muitas referencias a adaptações: 13 operas, 8 bales, 1 show no gelo, 14 teatros musicais, 48 adaptações para filmes e Tv (das mais fieis às mais livres) e 2 novelas.
Como a história da cinderela é da moça pobre que tem a vida alterada por um príncipe, muita coisa pode ser considerada um reconto da Cinderela, inclusive o clássico Uma linda mulher.

Por isso, eu escolhi algumas dessas versões para ver ou rever, já que eu preciso confessar que sou uma fã de contos de fadas e me interesso por versões modernas e adaptadas deles (sou uma fã assumida de once upon a time, veja aqui) por isso muita coisa eu já tinha visto, tentei ser eclética, ver coisas diferentes e também dependia do que tinha na netflix, no youtube ou on line.
Cinderela em Paris (1957): Audrey Hepburn e Fred Astaire. Jo Stockton (Audrey Hepburn), era uma balconista de uma livraria no Greenwich Village, onde foi realizado um ensaio fotográfico para a Quality Magazine pelo fotografo Dick Avery (Fred Astaire) que desde o principio ficou encantado pela balconista. Quando a revista precisa de uma nova imagem ele sugeri a moça, que só aceita porque quer ir para Paris para conhecer um famoso professor, do qual as idéias ela é aficionada, já que ela acha toda aquela vida de moda superficial e etc. Tanto a Audrey quanto o Fred estão maravilhosos cantando e dançando, meu Deus o que aquele homem dançava, a cena em que ele e Maggi Prescott (Kay Thompson) fingem ser um casal de cantores espirituais e fazem uma apresentação na casa do professor é inspiradíssima.

A história é previsível, mas para quem gosta de musicais e principalmente de clássicos é imperdível.  Eu só não gostei muito da idéia que passaram que a vida dela sendo uma intelectual era pior que a vida dela de modelo, mas o filme é de 57, levem isso em consideração.
Cinderella man - A luta pela esperança – acabaram com o nome na versão em português (2005) com certeza é o drama da minha lista. Conta a história real do lutador de boxe  JJ. Braddock (Russell Crowe). Em meio à depressão de 29, Jim perde tudo ele e sua família lutam pela sobrevivência passando frio e fome. Sua esposa Mae (Reneé Zellweger) permanece todo o tempo ao lado dele até que ele tem uma chance de retomar a sua carreira de lutador e reconstruir a vida.

O filme tem esse nome porque a imprensa da época começou a chamar o Braddock de Cinderela e ele passou a ser símbolo para todos aqueles que sofriam com a grande depressão.  E apesar, do que o Braddock sempre dizia,  agradecendo o fato que ele teve uma segunda chance, ele lutou para a melhoria da vida, claro que de certa forma o treinador dele foi uma fada madrinha, mas para mim ele é o símbolo da resiliencia que apesar de todas as dificuldades persiste e continua a lutar pela vida.
A nova cinderela (2004): Comédia romântica adolescente (adorooo !!!) com a Hilary Duff. Sam (Hilary Duff) é criada pelo pai que se casa novamente com Fiona que já tem duas filhas burras e então quando o pai da Sam morre, Fiona passa a obrigar que Sam trabalhe na lanchonete e também em casa. A Sam troca mensagens com o cara mais popular da escola Austin Ames (o lindinho do Chad Michael Murray) eles se encontram no baile da escola, mas ele não a reconhece e como esta é uma história moderna ela perde o celular ao invés do sapatinho. Cena hilária: as duas irmãs feias brigando no lava rápido.Cena Fofa: O príncipe a cinderella dançando no baile. Coisa irritante e sem noção: ele não reconhece-la, nem depois de falar com ela no baile. Mas eu adoro comedia romântica, principalmente se for adolescente e tem até moral, as coisas só começam a melhorar quando ela passa a acreditar em si mesma.

O Cinderelo Popaye:  a princesa Olivia esta dando um baile para escolher um marido. Popaye trabalha para Brutus mas o seu fada padrinho transforma uma lata de espinafre em um carro para que ele vá ao baile... vale muito assistir..rsrs...
O cinderelo trapalhão (1979): Um típico filme de trapalhões. É ambientado no sertão nordestino, Didi é um mendigo conhecido como Cinderelo, Dede, Mussum e Zacarias são tipos uns defensores dos fracos e oprimidos. Mudam-se para cidade uma família que herdou uma fazenda e pretende construir uma comunidade religiosa nela, mas o coronel do lugar descobriu que há petróleo na fazenda e pretende tira-la dos verdadeiros donos. Cinderelo virará abobora ao meio dia e a busca é para encontrar o dono da botina, mas o destino desse dono não se parece em nada com o da mocinha do conto clássico.  Eu assisti no youtube e não sei se isso ou porque o filme é bem antigo, mas a qualidade da imagem estava bem baixa.

Deu a louca na cinderela (2006): nessa animação a madrasta má tomou o cajado do feiticeiro e bagunçou a balança do bem e do mal que mantêm o reino encantado sob controle. Agora Cinderela precisa fazer alguma coisa, mas esse príncipe ... sei não....O melhor é a fada azul completamente "crazy" que confunde cinderela com Pinóquio...rsrs... o Rumple (para uma fã de once upon a time.. qquer citação de Rumple é empolgante) e os anões da Branca de Neve pareciam os pingüins de Madagascar com suas armas e estratégias.. Vale muito a pena é garantia de boas risadas.
 Para sempre Cinderella (1998): É minha versão preferida. Se passa na França do século XVI, estou deduzindo devido a participação ilustre de Leonardo da Vince e pretende contar a história real que gerou o conto de fadas da Cinderalla. Começa a história com uma senhora ilustre, provavelmente a rainha contando a história da tataravó dela, Danielle para dois senhores que pressuponho que seja os irmãos Grimm. Danielle é interpretada pela Drew Barrymore (adoroo, desde E.T) que é uma moça que perdeu o pai e vive com a madrasta e suas duas meio-irmãs e é tratada como empregada. O que eu mais gosto na Danielle é que ela é inteligente, bondosa e corajosa. Ela conquista o príncipe muito mais pela cabeça do que pela estonteante beleza e aquele pouco crível amor a primeira vista dos contos de fadas.
As irmãs são menos caricatas e na verdade são bem bonitas, especialmente Margareth, que tinha chances reais de se casar com príncipe se não fosse Danielle e madrasta é ruim, mas não caricata e tem uma cena enquanto Danielle a penteia  há até um momento de ternura.
E tem o Da Vince que é praticamente a fada madrinha de Danielle, qualquer filme que retrate o Da Vince já ganha pontos extras. Adoro a história é linda e faz com que o conto de fadas parece mais real.
Cinderela (2015):  Esse é um live-action da Disney que achei muito fiel ao conto original. O filme é estrelado por Lily James como Ella (Cinderela), com Cate Blanchett como Lady Tremaine (A Madrasta), Richard Madden como Kit (Príncipe), Sophie McShera como Drisella, Holliday Grainger como Anastasia e Helena Bonham Carter como a Fada Madrinha. Achei bastante fiel e muito bem feito.. os efeitos especiais, figurino e ambientação perfeitos.

Esse são apenas algumas das muitas adaptações existentes. E aí conhecem mais alguma adaptação desse clássico que vocês gostam?

Por hoje é isso,
Até mais,

Dani Moraes

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