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Iaiá Garcia

Machado de Assis


             
                Olá pessoal, tudo bem ?

                   Esse a segunda “resenha” do Projeto Machado de Assis anteriormente tivemos Ressurreição , mas como eu expliquei no post sobre o projeto esse é o quarto livro que eu leio com esse objetivo.
Esse é o quarto romance de Machado e o ultimo que é classificado como a fase romântica de Machado de Assis. Achei esse livro junto com o Helena os que tem mais cara de romantismo  já nos dois primeiros (Ressurreição e a Mão e a Luva) eu não vi características tão marcantes do romantismo.
                A história desse livro gira em torno de um pequeno núcleo de personagens:
Luís Garcia: Um viúvo, meio ermitão que preferi uma vida retirada da sociedade e tranqüila, cujo a única alegria e amor é sua filha, conhecida como:
Iaiá Garcia: Conhecemos Iaiá ainda criança, faceira, cheia das meninices, travessa e vamos acompanhando o crescimento dela se tornando uma adolescente ainda travessa, voluntariosa, dissimulada e um pouco mau caráter.
Preto Raimundo: Homem livre que escolheu continuar servindo o patrão Luis Garcia, fiel, amigo e companheiro da família.
Valéria Gomes: Viúva de um desembargador, rica, amiga de longa data de Luis Garcia e mãe de Jorge.
Jorge: No inicio do livro um “Bon vivant” que se apaixona pela mulher errada perante a sociedade da época e acaba persuadido pela mãe a ir para guerra do Paraguai para ser afastado desse amor. Acaba se tornando um soldado valoroso e um bom sujeito.
Estela: Alvo da paixão de Jorge, é afilhada de Valéria. Muito bonita, mas com um caráter muito sóbrio e com uma visão muito clara da sua posição social e do que almejar na vida. Essa é quase uma típica mocinha romântica. Tem todas as qualidades é linda, ética, põe os outros a frente dela, mas ela não é o tipo de pessoa que se deixar arrastar pelos sentimentos  e nem perde a cabeça por amor.
Sr. Antunes: O pai da Estela, desonesto, aproveitador. Aquele tipo de pessoa que só quer se aproveitar das relações.
Procópio Dias: Um cara invejoso, mal caráter e eca.
                A historia é absurdamente simples, não existe um conflito gigantesco, cheio de reviravoltas, mas como sempre Machado de Assis, como o gênio que é consegui não só construir uma história interessantíssima em cima de um enredo simples, como fazer as suas tiradas geniais e fazer você pensar na vida.
“ O tempo, esse químico invisível, que dissolve, compõe, extrai e transforma todas as substâncias morais..”
                Tudo começa com esse amor proibido o moço rico não pode se envolver com a moça pobre, mesmo que ela tenha todas as qualidades importantes. São então, separados, ele vai para guerra sem nunca saber que também era correspondido. [Spoiler – vai aparecer lá na página 36] Quatro anos se passam e nesse meio tempo Valeria decidi que já é hora de Estela se casar e a própria moça então sugeri Luis Garcia por julgá-lo um bom homem e de temperamento semelhante ao seu, além disso, ela já nutre um carinho por Iaiá. [Fim do spoiler]
“Todas as felicidades do casamentos achei-as ao pé do seu pai. Não nos casamos por amor; foi escolha da razão, e por isso acertada.” (muito romântico, só que não..)
                Eu diria que essa é uma história do desencontro, do achismo. Iaiá Garcia acha que sabe uma coisa, acha que aconteceu, acha que conhece os sentimentos e faz toda uma tempestade em função disso, sofre e principalmente faz sofrer, manipula e induz. Ninguem pergunta ou põe as coisas em pratos limpos e quando pergunta é por meio de subterfúgios e a resposta muitas vezes também vai carregada de simbolismos e de muitos talvez e eu acho.
                Essa também é uma história do amadurecimento de uma menina que derrepente se vê em meio ao amor adulto e pelo que ela pensa saber e tudo isso leva a uma perda repentina da inocência.
“Um incidente do passado é que projeta tamanha sombra no presente; mas bastou o espetáculo da comoção para turbar o espírito da enteada e lançarlá dentro os primeiros germes da ciência do mal. (...) Talvez o mais lastimoso efeito dos desvios  domésticos é essa corrupção dos corações ingênuos..”
                Acho o livro altamente recomendável e mais uma vez me surpreendo com a maestria que Machado utilizava uma pena.
 Vou deixar o link para a vídeo resenha da Patricia Pirota que fez um projeto similar ao meu:https://www.youtube.com/watch?v=A53_q245IVM

E mês que vem chegamos a ele meu queridinho que me fez gostar de Machado de Assis: Memórias Póstumas de Bras Cubas.

Título: Iaiá Garcia
Autor: Machado de Assis
Gênero: Ficcção, Romance
Ano:1974
Editora: Editora Ática
Páginas: 124

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